Cinco Coisas que Alimentam um Poeta
Natureza é fermento para o bolo da imaginação Dela, de tudo que se torce extrai-se um néctar Manjar que mela os lábios dos dedos do poeta E…

Natureza é fermento para o bolo da imaginação
Dela, de tudo que se torce extrai-se um néctar
Manjar que mela os lábios dos dedos do poeta
E traz algodão doce para amargores do coração.
Degustar pessoas nutre o estômago da poesia
Arrancai um naco de cada uma e terás sementes
Planta no vaso do teu seio, agoa com letra e linha
Há de nascer um baobá pra esmagar erva daninha.
Poeta quando pousa dentro si acaba voando
É que a poesia, travessa, é avessa à poleiros
Poeta quando dá asa à razão a vê derretida
Porém quando pincela nela emoção, desaterrissa.
Saudade tem um retrogosto acimentado
Mas dela se fartam os genitores da poesia
O tempo serve na bandeja o não estar
Ocorre que a ausência é uma comida fria.
Há pois um elixir, a pedra filosofal poética
O amor, toque de Midas, traz trovas áureas
Quem ama faz nascer em si um grão poeta
Vai germinar a mais dadivosa das métricas.
