A Oitava Arte
Poderia perder o dia mirando-a Como a uma tela de beleza incógnita Não seria uma perda.

Poderia perder o dia mirando-a
Como a uma tela de beleza incógnita
Não seria uma perda.
Poderia te mergulhar em meus ouvidos
Como a uma canção no repeat
Não morreria afogado.
Poderia contemplá-la ad aeternum
Como a um filme favorito
Não fartaria da reprise.
Poderia admirá-la perdidamente
Como a uma Vênus de Milo
E te diria diuturnamente je t’aime.
Poderia construir um Partenon
Para louvá-la, ó Atena!
E valeria a pena.
Poderia ler teus olhos
um sem fim de vezes
Como folheasse uma obra-prima
E faria deles uma rima.
Poderia convidá-la a uma valsa
Fazer do mundo nós dois sós
E sonharia hasta el infinito.
És a oitava arte
A mais primorosa
Una e insondável
A qual não desvendo
Na qual tento imergir.
